Disciplina - Educação Física

Aikido: a arte da paz

“Controlar a agressividade sem causar danos é a Arte da Paz.”
Morihei Ueshiba


Na generalidade, todas as artes marciais têm como princípio técnicas de defesa, sendo o ataque uma forma pró ativa de proteção (e por vezes reativa). No caso do Aikido, este conceito é levado ao seu extremo, tendo como filosofia central o princípio de defesa sem magoar o atacante.


A filosofia

Fortemente espiritualizado, o Aikido é sobretudo uma arte de auto-controle físico e mental, ajudando os seus praticantes – Aikidokas – a descobrirem-se a si próprios. Assim, o treino do Aikido baseia-se na recepção e anulação de ataques e não no gesto de atacar por iniciativa própria. O termo em si é composto por três caracteres, que significam harmonia, energia e caminho.

A filosofia base do Aikido nasce com a experiência de vida de Morihei Ueshiba, o fundador desta arte nos anos 20. Também conhecido como ?sensei (“o grande mestre”), pretendeu reunir todos os ensinamentos que fora acumulando ao longo de décadas de treino e diferentes práticas, compilando-os numa nova arte marcial.

Este conhecimento era, por um lado, funcional, como o caso das artes marciais que praticara e que vieram a influenciar o Aikido: Judo, Yagy? Shingan-ry?, Tenjin Shin'y?-ry? e sobretudo, Dait?-ry?, considerada como aquela em que Ueshiba mais se viria a basear.

Por outro lado, além da componente prática, foram sobretudo os ensinamentos espirituais do ?sensei que mais marcaram a filosofia do Aikido. Por entre eles, destacam-se os recebidos por Onisaburo Deguchi, líder espiritual japonês cuja relação a Ueshiba lhe permitiu movimentar-se pelos círculos superiores da sociedade, valendo-lhe a divulgação da sua arte e a angariação de importantes alunos e seguidores.

As diferentes escolas

Quase instantaneamente, os principais discípulos do ?sensei começaram a fomentar as suas próprias interpretações da filosofia original, dando origem a movimentos distintos. Sem nunca deixar de respeitar os princípios fundadores, surgiam assim os sub-géneros do Aikido:

  • Aikikai – o estilo principal e original, seguindo diretamente os ensinamentos de Morihei Ueshiba. É encabeçado pela Fundação Aikikai, a maior autoridade mundial de Aikido;
  • Yoshikan – criado em 1955 pelo discípulo Gozo Shioda, enaltece a componente ofensiva do Aikido;
  • Shodokan – fundado pelo Sensei Kenji Tomiki em 1967, é um estilo vocacionado para a competição, sendo o único que realiza campeonatos regularmente;
  • Yoseikan – ensinado no Dojo com o mesmo nome, foi aplicado pelo discípulo Minoru Mochizuki, mantendo todos os ensinamentos originais mas acrescentando-lhes vários movimentos típicos do Judô, de modo a completar a técnica original do Aikido;
  • Ki Aikido – o termo mais correto será Shin Shin Toitsu Aikido, apesar de ser conhecido popularmente por Ki. Este estilo nasceu fruto de uma cisão entre Koichi Tohei e Kisshomaru Ueshiba, filho do ?sensei;
  • Iwama Ryu – tornou-se um estilo distinto após a morte do Mestre Morihito Sato, altura em que os seus seguidores se separaram da Fundação Aikikai e criaram um movimento que segue especificamente os métodos de Sato.


O treino

Apesar da complexidade do processo de treino e prática de Aikido, a sua essência acaba por ser simples. Sendo esta arte baseada na defesa, por contraditório que pareça, o treino exige precisamente que um dos aikidokas assuma o papel de atacante: só assim o outro poderá praticar a defesa.

Existem dois componentes básicos neste treino: o uke será quem irá receber a técnica, e cabe-lhe o papel de atacar o outro aikidoka; nade será quem aplica a técnica em questão, cabendo-lhe toda a responsabilidade de assegurar não só a sua própria proteção mas também a do uke. Ambas as partes do treino são de importância essencial para o domínio de Aikido: o nade aprenderá a anular um ataque e a fundir-se com o mesmo, ao mesmo tempo que o uke irá ambientar-se com situações de desvantagem, mantendo calma e serenidade.

Pela natureza da sua filosofia, os golpes e técnicas do Aikido baseiam-se na sua grande maioria no ato genérico de agarrar e atirar o uke, utilizando precisamente a energia que este despende (no movimento ofensivo) contra ele próprio. Isto tem implicações adicionais: o uke deverá saber movimentar-se, rodar sobre si próprio e cair, sob o risco de sofrer alguma lesão; mas mais importante ainda, o nade deverá saber utilizar uma força proporcional à do uke e à do ataque que este tentou. Muitas das lesões ocorridas no Aikido devem-se mais a falhas do nade do que do uke!

Aikido a nível internacional

À medida que o ensino de Aikido proliferou, a Fundação Aikikai (assim como as outras escolas) foi dando a conhecer a sua arte um pouco pelos restantes continentes, através da participação em exibições e congressos internacionais. Estas apresentações serviram ao mesmo tempo como porta de entrada para a instalação de Dojos de Aikido em diversos países, como por exemplo França, E.U.A., Reino Unido, Itália, Alemanha e Austrália. Hoje em dia existem Dojos um pouco por todo o mundo, todos eles sob a tutela da Fundação Aikikai.

Fonte: lutasartesmarciais.com

Reishin Kawai Sensei: introdutor do Aikido no Brasil

O AIKIDO foi introduzido no país pelo Shihan Reishin Kawai (1931 - *) no início da década de 60, sob orientação do já falecido mestre 9º grau Arimoto Murashige, que era o Representante do AIKIDO para o Ocidente.

Atualmente, o Shihan Reishin Kawai (faixa preta 8º grau), ligado às entidades AIKIKAI e IAF, preside a Confederação Latino-americana de AIKIDO. Reishin Kawai reside em São Paulo, onde exerce, além do AIKIDO, medicina oriental, sendo muito respeitado pelo seu conhecimento em ambas as áreas.

Como aconteceu

Em 09/01/1963 abriu sua primeira academia no centro de São Paulo, sendo realmente o introdutor do Aikido no Brasil. (fonte: Academia Central - União Sul Americana. Esta e outras informações são citadas baseadas em cartas fotos e documentos que comprovam a legitimidade). Embora nunca tenha treinado esta arte no Japão, em 1961, o Mestre Munashigue, 9º dan de Aikido, representante internacional do Aikikai, determinou que Reishin Kawai fosse um representante do Aikido no Exterior cuidando desta arte marcial no Brasil. Recebeu em 28/02/1963 o título de Shihan diretamente das mãos de O-Sensei. Em 1975, tornou-se Representante-Geral da Fundação Aikikai do Japão no Brasil. Em 1979, fundou a Federação Paulista de Aikido, ocupando o cargo de presidente por seis anos. No começo da década de 90 resolveu renunciar e seus alunos mais antigos tomaram conta desta entidade. Então ele fundou a Confederação Sul-Americana de Aikido, da qual é presidente sendo esta umas das maiores organizações atuais com Dojos por todo o Brasil, Peru, Uruguai, Argentina, Dinamarca e espanha. É 8º dan. Foi responsável pelas duas visitas feitas à América do Sul pelo então Doshu do Aikikai Hombu Dojô Kishomaru Ueshiba (1978 e 1990).

Particularidades

Sendo portador do 8º Grau de Faixa Preta de Aikido, a mais alta graduação desta modalidade em nosso país, Kawai Sensei, como é chamado pelos seus alunos, vive uma vida dedicada ao tratamento e á cura das pessoas através da Medicina Oriental como acupuntura, mocha, shiatsu e outras além da divulgação e ensino da arte do Aikido em nosso país bem como em países da América Latina.

Kawai Sensei pode ser chamado de "PAI" de todos os aikidoístas brasileiros, pois é o responsável pela introdução e desenvolvimento da arte no Brasil e possui um Dojo exclusivo para a prática, onde mantém vivo o verdadeiro espírito da arte e um estreito vínculo com a sede mundial do Aikido - o Hombu Dojo, em Tókio, Japão, promovendo todos os anos em nosso país a vinda de grandes mestres e senseis, diretamente do Japão, como: Masuda Shihan, Fujita Shihan, Seki Shihan, Nakamura Shihan, Hironobu Yamada Shihan, Senseis Kunihiko Urushihara e Hagitani Fukutaro, alem de outros que estão sempre em visita à Academia Central, como é conhecido o Dojo do Shihan Kawai.

Estes conteúdos foram acessados em 14/01/2010 dos sítios: gansekidojo.org
e lutasartesmarciais.com
Todas as modificações posteriores são de responsabilidade do autor original da matéria.

Recomendar esta página via e-mail: