Disciplina - Educação Física

Polybat ou tênis de mesa lateral

A História do Polybat


A história do polybat é recente. Sua natureza esportiva se baseia no tênis de mesa, jogado individualmente ou em dupla. Mais conhecido como tênis de mesa com lateral, foi pesquisado e desenvolvido em meados dos anos de 1980, pelo corpo docente e por estudantes da Universidade de Nottingham Trent, Inglaterra.

O polybat surgiu como alternativa de esporte para pessoas que não podiam participar do tênis de mesa tradicional nem tinham perfil para bocha. Portanto, o perfil característico inclui quem tem distrofia muscular, paralisia cerebral, ossos quebradiços, traumatismo craniano e outras limitações severas. Para a competição, a função de agarrar do punho é essencial, por isso nem todos os jogadores de bocha podem jogar polybat.

É jogado numa mesa de 1,2 metro por 2,4 metros, com proteção nas laterais, para a bola não sair pelo lado, e altura de até 10 centímetros; a mesa deve ter altura suficiente para acesso fácil à cadeira de rodas. Cada jogador usa raquete de 30 centímetros de comprimento, com área de batida de 180 centímetros, para rebater a bola de plástico de golfe, tipo airflow, ao longo da superfície da mesa (o tempo todo) contra seu oponente. O objetivo é rebatê-la a fim de lançá-la para fora do lado adversário ou forçar falta e ganhar o ponto. As batidas diretas ou rebatidas, com frequência em alta velocidade, resulta num jogo animado que requer esforço dos competidores e dos espectadores para acompanhá-lo.

Mesa para o polybat: de simples confecção, pode ser uma mesa de tênis com adaptações nas laterais.

Raquetes de polybat: adaptada do tênis de mesa e bolinha, que pode ser de plástico duro com furos para não quicar nas rebatidas.

O jogo é disputado em 11 pontos (jogo curto) ou 21 pontos (jogo longo), quando cada jogador saca cinco vezes em série alternada. A raquete deve manter contato com a mesa (ela é arrastada) e a bola, ser lançada diretamente ou nas bordas laterais. Para o jogador com vantagem do saque, ela deve ser lançada, de início, nas laterais da mesa; se lançada diretamente, será falta. Ganha quem fizer 11 pontos primeiramente; caso haja empate em 10 a 10 ou 20 a 20, quem fizer o 11o ou o 21o ponto vencerá. Não há vantagem; logo, toda bola ou infração resulta em ponto. Também não há pedido de tempo. O polybat pode ser jogado em duplas — a divisão é por classe, não por sexo.

Jogo dinâmico com regras fáceis, pode ser considerado como atividade inclusiva, pois permite que qualquer pessoa, tendo deficiências e idades variadas ou não, pratique. Oferece ao participante uma vivência motora rica que resulta em desenvolvimento cognitivo, recreativo e social. Os benefícios que observamos em nossa prática incluem desenvolvimento da capacidade de atenção e focalização; melhora na habilidade após certo período de tempo, por causa da natureza repetitiva da atividade, na postura e no controle de coordenação motora e dos membros superiores; e estímulo ao jogador para responder satisfatoriamente à tomada de decisões.

Atletas da classe D; embora tenham limitação motora, conseguem equilíbrio suficiente para se manterem em pé.

Atletas da classe B; alcançam a largura total da mesa durante os movimentos, mas não têm equilíbrio suficiente para se manterem em pé.

Constatamos nas nossas análises investigativas que o principal benefício alcançável pelos praticantes de polybat é a mediação da inclusão social de pessoas com P C . Isso porque o jogo estimula o convívio social e a iniciativa mental, evita o tédio pela falta de movimento e conduz à descoberta das próprias potencialidades, possibilitando a quem joga melhorar a qualidade motora e obter mais independência nas atividades de vida diária (A V D ). Outra grande vantagem é o fato de ser um jogo, também, com função recreativa; além disso, qualquer aluno pode praticá-lo, a exemplo de pessoas que tiveram derrame, distrofia muscular, mielomeningocele e lesão medular. O polybat não se restringe em caso de comprometimento motor; basta que o praticante consiga segurar a raquete e movimentar membros superiores — mesmo que sejam leves e desajeitados.
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Classificação funcional para jogo de polybat conforme o perfil funcional do atleta


Como todo esporte, o polybat divide-se em classes, que possibilitam a participação de todos, pois preserva a competição esportiva equilibrada e mantém a dignidade dos indivíduos envolvidos. Essa classificação se baseia em Williamson (s. d.).

CLASSE A
Apenas atletas que jogam sentados na cadeira de rodas. O alcance da área de ação através da mesa é limitado pela postura dos braços; comprimento e força na 100 rebatida são fracos; jogam, sobretudo, na defensiva e, em geral, precisam diminuir a
velocidade da bola e reposicioná-la antes de rebater; têm dificuldade em reagir para antecipar o caminho da bola. Todos os saques devem bater no anteparo lateral no campo do receptor; logo, este deve deixar que a bola bata no anteparo para depois rebatê-la.

CLASSE B
Sentados ou em pé. Os jogadores dessa classe têm uma série completa no quesito cobrir a área de jogo com relação à largura e ao movimento para frente devido ao bom controle de tronco, que compensa a falta de movimento de extensão de braço ou de pulso; são capazes de ler o jogo básico, então podem transformar batidas defensivas em ataques, variando a força e direção das batidas; são capazes de jogar tanto batidas de frente quanto de costas (quanto à posição da mão na raquete) ou de cobrir a mesa inteira com a batida preferencial. Para os atletas dessa classe que jogam em pé, geralmente seus perfis funcionais se encaixam nos perfis descritos acima; mas, por causa dos problemas de equilíbrio dinâmico e/ou da dificuldade de controle dos membros superiores, será necessário se apoiar na mesa.

Todos os saques devem ser feitos da linha central e bater no anteparo lateral da metade da mesa do lado do receptor.

CLASSE C
Sentados ou em pé. Atletas aptos a alcançarem a largura total da mesa e a frente, assim como a retornar à posição ereta de forma coordenada para jogar a próxima batida; como antecipam o caminho da bola, ganham a vantagem numa competição, em geral, jogada em grande velocidade. Podem jogar uma combinação de batidas em ordem para ditar ou ganhar o controle da competição; são capazes de identificar as fraquezas do oponente e, portanto, alcançá-lo, indicando melhor a coordenação das habilidades requeridas para um jogo tático, bem como apresentar um jogo rápido e rebater uma bola em movimento, controlando a velocidade e a direção das batidas. Para os jogadores andantes, seus perfis devem se encaixar nos perfis descritos acima quanto à mobilidade dinâmica e/ou ao alcance e controle do braço da raquete. Todos os saques devem partir da linha central e bater no anteparo lateral na metade da mesa do lado oponente.

CLASSE D

Somente andantes. Embora tenham problemas de mobilidade, os atletas dessa classe estão aptos a cobrir a largura total do fim da mesa com um tempo de reação apropriado, mas são incapazes de jogar tênis de mesa recreativo; devem ter movimento andante e alcance que permitam boa defesa e boa reação; o alcance e o arco do balanço da raquete devem ter velocidade e força. Todos os saques têm de partir da linha central e bater no anteparo lateral na metade da mesa do lado do sacador para que a bola se dirija ao oponente.

Este conteúdo foi acessado em 10/02/2011 na dissertação "ESPORTE COMO ELEMENTO FACILITADOR DA INCLUSÃO DE PESSOAS COM PARALISIA CEREBRAL SEVERA: contribuições para a formação de professores de Educação Física". Todas as informações nela contida são de responsabilidade do autor.
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Regras e Pontuação


Em todos os casos a bola deve ser servida do ponto ou linha do centro;

Em todas as divisões a bola deve ser jogada na superfície da mesa. Porém, se levantada ela pode quicar, mas somente na área central da mesa;

O jogador tem permissão para fazer manipulações múltiplas antes de devolver a bola.

Porém isso não deve constituir uma vantagem clara. Qualquer parada ou recomeço proposital pode ser considerada uma falta pelo juiz;

Um ponto é perdido se a bola for tocada ou bloqueada intencionalmente ou não por partes do corpo. Porém admite-se o contato com a parte da mão que segura a raquete;

Uma falta resulta e um ponto é perdido se a bola for parada/encurralada durante uma batida de bloqueio ou um movimento de manipulação;

O juiz tem o direito de vetar qualquer aspecto de estilo/tipo de jogo, comportamento ou equipamento que não for considerado dentro do espírito do jogo.

Cada jogador irá servir em sets de 5 (pontos corridos) para as laterais da mesa (de acordo
com a sua classe);

O vencedor é o 1o jogador a alcançar 11 pontos (jogo curto) ou 21 pontos (jogo longo). Em
competições importantes (grandes) deve-se jogar apenas até 11 pontos.

Fonte: Apostila “Projeto Adaptado” – Universidade Nottingham Trent, Ingaterra. Williamson, Doug.
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O Polybat como atividade inclusiva


O Polybat, ou tênis de mesa lateral como também é conhecido, é uma nova prática esportiva e foi criado na Inglaterra em meados dos anos 80. A atividade surgiu como uma alternativa recreativa para aqueles que não possuíam o perfil da bocha e não conseguiam praticar o tênis de mesa convencional.

O jogo é realizado em uma mesa de 1,2m x 2,4m, com proteção em todo o comprimento de suas laterais para que a bola não saia pelo lado, possuindo uma altura até 10cm. A mesa ainda deverá possuir altura suficiente para que uma cadeira de rodas possua fácil acesso.

A bola utilizada é a plástica de golf, tipo airflow. A raquete deve possuir uma área de batida de 180cm quadrados e um comprimento máximo de 30cm. O jogo é disputado em 11 pontos (jogo curto) ou 21 pontos (jogo longo), onde cada jogador saca 5 vezes em série alternada. A raquete deve manter contato com a mesa (ela é arrastada) e a bolinha deve ser lançada sempre nas bordas laterais.

Ganha quem atingir 11 pontos primeiro e caso o jogo empate em 10 a 10 ou 20 a 20, quem fizer o 11o ou o 21o ponto vencerá. Não ocorre a vantagem, desta forma toda a bola ou infração resulta em ponto. Não existe também o pedido de tempo.

O jogo pode também ser disputado em duplas, a divisão é por classe e não por sexo. Desta forma homens e mulheres participam juntos. Portanto, o Polybat como atividade inclusiva permite que qualquer pessoa, possuindo as mais variadas deficiências e idade pratique. É um jogo simples, com regras fáceis, dinâmico, divertido, que possibilita ao participante uma vivência motora, cognitiva, recreativa e social.

Atualmente, no Brasil, pouco se sabe sobre o assunto. As referências bibliográficas são escassas, quase inexistentes. Percebe-se uma mobilização das associações de desporto para deficientes em termos de divulgação do esporte, o que vem rendendo formação de equipes de Polybat em escolas especiais, programas universitários, núcleos de atendimento ao portador de deficiência, entre outros, sendo de suma importância para a inclusão dessa clientela na prática da Educação Física e do esporte.

Este conteúdo foi acessado em 10/02/2011 no artigo "O Polybat como atividade inclusiva nas aulas de Educação Física" presente no sítio EFdeportes. Todas as informações nela contida são de responsabilidade do autor.
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Recursos Complementares


Dissertação:
Proposta de ensino de polybat para pessoas com paralisia cerebral

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