Empréstimos no léxico do futebol
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O fenômeno linguístico/cultural do empréstimo, o uso de palavras e expressões de línguas estrangeiras utilizadas cotidianamente em um país onde a língua oficial é outra, geralmente causa polêmica, pois não envolve apenas o aspecto linguístico, mas também questões culturais e políticas.
Ao incorporarmos uma palavra estrangeira, importamos também a cultura e valores, que por fim acabam interferindo e modificando a cultura importadora.
Este processo não é recente, com a evolução dos meios de comunicação em que o indivíduo passa a receber e consumir bens produzidos em outras culturas, de certa forma, gerou a adoção indiscriminada de termos estrangeiros, provenientes da cultura que domina os mass media, tornando-se uma consequência natural.
A língua, sem sombra de dúvida, acompanha o poderio econômico. As palavras - vindas do inglês têm o peso de 4.500 bilhões de dólares (PIB dos povos de fala da língua inglesa), e têm a seu favor o peso da cultura moderna da sociedade de consumo, com a publicidade, o cinema, a TV, a Internet. Caso interessante aconteceu com o futebol, vindo das terras bretã .Tornando-se muito popular no Brasil e havendo dificuldade no uso de termos, estes foram adaptados e traduzidos para o Português pelo radialista Oduvaldo Cozzi.
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O item léxical é classificado como empréstimo, quando sofre processo de integração ortográfica e morfológica na língua adotante e passa a ser de domínio corrente, alcançado alta frequência e distribuição regular pelos falantes, deixando de ser notado como vocábulo importado. Exemplos: beque [ing. back], gol [ing. goal], futebol [ing. football], chute [ing. shoot], etc.
No caso dos empréstimos ligados ao futebol, em sua maioria tomados do inglês, alguns sofreram adaptação à fonologia do português e se consolidaram no uso; outros foram sendo substituídos gradativamente por termos equivalentes já existentes no português ou criados a partir de processos morfológicos da língua portuguesa.
Isso acontece quando não há um termo que expresse o referente indicado por ela com a mesma expressividade e pertinência. Foi assim com abajur, com futebol, com sinuca.
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Os primeiros registros jornalísticos sobre a linguagem do futebol no Brasil caracterizavam-se pelo emprego de uma terminologia de origem inglesa, com itens lexicais mantendo sua grafia original.
Ball in play (bola em jogo)
Center back (zagueiro central)
Club (clube)
Full back (zagueiro)
Goalkeeper (goleiro)
Goal (gol) - Conjunto formado pelas traves superior e inferiores.
Hand (mão)
Match (jogo),
Peak (pique). Investida em alta velocidade com a bola dominada
Placard (placar) - (marcador)
Rusch (escapada)
Time (tempo)
Play-off (melhor de três)
Beach soccer (futebol de praia)
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Por mais que os puristas condenem a entrada de expressões estrangeiras no léxico do português, denominando-os, pejorativamente, barbarismos, esse processo é comum em todas as línguas do mundo, desde que o falante nativo esteja em contato constante com outros sistemas linguísticos. No caso particular de empréstimos relativos ao domínio do futebol, em sua maioria anglicismos, observam-se, com frequência, ocorrências padronizadas do tipo: alguns sofreram adaptação à fonologia do português e se consolidaram no uso; outros foram sendo substituídos gradativamente por termos equivalentes já existentes no português ou criados a partir de processos morfológicos da língua portuguesa.
No Brasil, a grafia dos vocábulos estrangeiros é regulamentada por lei (Decreto-Lei n.º 2623, de 21.10.55, simplificado pela Lei n.º 5765, de 18.12.71), logo, o respeito à norma ortográfica oficial está previsto em legislação restritiva.
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Sabemos que os empréstimos linguísticos aconteceram, acontecem e sempre acontecerão, cabe a nós brasileiros excluirmos os termos estrangeiro, quando necessário, mas não podemos levantar, muitas vezes de forma irresponsável, a bandeira do nacionalismo. Incorporar as palavras e expressões que não encontram contrapartida ou que sejam exigência do progresso científico e tecnológico, ou manter a forma original daqueles que, indispensáveis, sejam rigorosamente intraduzíveis. Se existe similar para o termo ou construção estrangeira, ou se disputam sinônimos, uma boa prática é dar preferência ao produto brasileiro. Caso contrário:
Os vocábulos importados, não aportuguesados, enquanto não se adequarem às normas ortográficas estabelecidas, devem ser grafados, segundo a legislação vigente, entre aspas, em negrito, sublinhados, enfim, postos em destaque de alguma forma.
Fontes de Pesquisa:
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Monografias.com Acesso em 17/05/2010
Videoconferência Brasil-Portugal Língua Portuguesa Acesso em 17//05/2010
Artigo
Empréstimo Linguístico: Necessidade ou Modismo? Acesso em 17/05/2010
Vito Cesar de Oliveira Manzolillo (UFRJ/CiFEFiL) Acesso em 17/05/2010
Com Ciência Acesso em 17/05/2010