Disciplina - Educação Física

Histórico do Basquetebol em Cadeira de Rodas

imagem de um atletaHá pouco mais de 50 anos teve início, não apenas a história do basquetebol em cadeira de rodas, mas as práticas esportivas que envolvem o uso de cadeira de rodas. O seu começo foi tímido e desenvolvido, inicialmente, em centros de reabilitação nos Estados Unidos e Reino Unido. Há dados históricos que apontam que esses países passaram a estimular a atividade esportiva como prática complementar ao processo de reabilitação dos indivíduos com traumas provocados pelos confrontos nos campos de batalha durante a II Guerra Mundial.

No entanto, esta prática logo ganhou notoriedade, não apenas pela notável melhora física e psicológica que seus adeptos passaram a apresentar, mas também pelo envolvimento crescente de praticantes que apresentavam outros tipos de sequelas físicas como amputação, poliomielite, ou mesmo traumas medulares, não adquiridos na guerra.

O basquetebol em cadeira de rodas foi criado nos Estados Unidos pelos veteranos da II Guerra Mundial em 1945, no entanto não existe nenhum registro por escrito que confirme esta data. O primeiro registro que se tem é de 6 de dezembro de 1946, quando foi publicado um artigo em um jornal americano comentando sobre os acontecimentos em uma partida de BCR (STROHKENDL, 1996). Durante esse mesmo período surgia, na Inglaterra, o BCR como prática esportiva terapêutica. Dr. Guttmann, responsável pela direção do centro de lesados medulares no Hospital Stoke Mandeville, foi um defensor das práticas esportivas como atividade auxiliar no processo de reabilitação.

Posteriormente, este centro tornou-se reconhecido mundialmente pelos trabalhos realizados com o esporte para pessoas com necessidades especiais. Até hoje, são realizados nas dependências esportivas de Stoke Mandeville eventos envolvendo o esporte adaptado. O neurocirurgião Sir Ludwig Guttman introduziu o esporte para portadores de deficiência como medida terapêutica na reabilitação de lesados medulares.

Em 1948, ocorria a primeira competição oficial, tendo como modalidades o arco e flecha (Archery) e o pólo em cadeira de rodas - denominando-se Jogos de Stoke Mandeville para Paralisados. Em seguida, foi criada a Federação Internacional de Esportes em Cadeira de Rodas de Stoke Mandeville (ISMSF). (SAMPAIO et al.,2001, p. 213).

No Brasil, o surgimento do BCR deu-se por intermédio de Sérgio Del Grande e Robson Sampaio que, ao retornarem de um programa de reabilitação nos Estados Unidos, trouxeram esta modalidade para São Paulo e Rio de Janeiro. Em função da receptividade desta modalidade, Robson funda no Rio de Janeiro o Clube do Otimismo e Del Grande funda em São Paulo o Clube dos Paraplégicos em 28 de julho de 1958. (MATTOS, 1994).

O primeiro jogo de basquetebol em cadeira de rodas entre equipes brasileiras ocorreu em um confronto entre paulistas e cariocas, no Ginásio do Maracanãzinho (RJ). Os paulistas venceram. Nos anos de 1960 e 1961, mais dois confrontos ocorreram, sendo dessa vez a equipe carioca vencedora. Desde então, a competição desta modalidade no Brasil tem-se tornado cada vez mais popular.

O BCR representou o Brasil pela primeira vez em uma Paraolimpíada, em 1972, na cidade de Heidelberg, Alemanha Ocidental. A partir daí, as participações brasileiras tornaram-se efetivas. (TOQUE A TOQUE, 1988, apud FREITAS,1997).

A partir desse período, muitos outros clubes foram estruturados e entidades foram criadas para estimular a prática desta modalidade por pessoas com deficiência.

No tocante ao BCR feminino, a primeira participação ocorreu na Paraolimpíada de Atlanta, em 1996, nos Estados Unidos, como equipe convidada.

A primeira entidade nacional a dirigir esta modalidade foi a Abradecar (Associação Brasileira de Desporto em Cadeira de Rodas) até o ano de 1997. Neste mesmo ano, em função do aumento no número de equipes, surgiu a necessidade de criar-se uma entidade máxima para coordenar, normalizar e incrementar a prática desta modalidade no Brasil. Surgindo assim a CBBC (Confederação Brasileira de Basquetebol em Cadeira de Rodas) que, por sua vez, resporta-se ao órgão máximo em nível mundial, a IWBF (International Whellchair Basketball Federation).

Na Paraolimpíada de Atenas, na Grécia, em 2004, o basquetebol em cadeira de rodas masculino, num grupo seleto de 12 equipes, obteve o 10O lugar.

Como a prática do BCR tem-se tornado cada vez mais popular, faz-se necessário instrumentalizar profissionais capazes de desenvolver tal modalidade, com enfoque além do esporte de competição, uma vez que os ganhos, por parte daqueles que a praticam, extrapolam os limites das quatro linhas da quadra.


Este conteúdo foi acessado em 02/04/2013 no Manual de Orientação para Professores de Educação Física - Basquetebol. Todas as informações nela contida são de responsabilidade do autor.
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