Disciplina - Educação Física

Educação Física

04/09/2008

Por que o joelho dói?

Para entender por que o joelho dói, é necessário ter em mente o conceito do "aparelho extensor" , que compõe-se da patela, da massa muscular anterior da coxa, um forte músculo chamado quadríceps e dos tendões quadricipital e patelar. Como o próprio nome diz, a  função deste conjunto e a de estender o joelho, movimento necessário para, por exemplo, chutar uma bola.  
Nas atividades da vida diária e nos esportes, a principal função do aparelho extensor, por incrível que pareça não e a  de desacelera-lo, absorvendo energia cinética. Isso e feito por um mecanismo denominado contração excêntrica, na qual o músculo contraído alonga-se contra resistência. Alem da ação muscular, o aparelho extensor conta também com as propriedades viscoelásticas dos tendões e cartilagem articular.
  Se todas estas estruturas funcionam bem e estão integras, tudo vai bem. Porem, havendo predisposição individual, fraqueza e desequilíbrio muscular, somado a sobrecarga mecânica do esporte ou excesso de escadas ou salto alto, uma lesão poderá se instalar,em especial na região anterior do joelho, onde a patela se articula com o fémur, que chamamos de femuropatelar.
A condromalácea da patela é uma condição extremamente freqüente no consultório medico e tem ganho popularidade no rol de doenças do joelho.
A palavra provem da aglutinação dos radicais chondros, cartilagem e malacea, amolecimento, traduzindo portanto um "amolecimento da cartilagem" retropatelar.  
Ate 10 anos atrás, acreditava-se que este "amolecimento cartilaginoso" era causado puramente por sobrecarga mecânica e que era fonte de dor. Iniciou-se então uma serie de procedimentos cirúrgicos para alivio de sintomas  na tentativa de se regularizar o tecido doente. A alta taxa de insucessos e o melhor conhecimento do funcionamento do joelho, levou a comunidade científica a rever os conceitos e optar em primeira mão pelo tratamento fisioterápico.  
Trabalhos científicos recentes tem demostrado que muitas pessoas cujos joelhos apresentam  imagem de condromalacea, às vezes já em estágios avançados presentes na ressonância magnética não têm necessariamente dor. Em outras palavras, a condromalacea pode, muitas vezes ser apenas um achado de exame e a dor, decorrente de inflamação de outros tecidos. Por este motivo, preferimos abordar o assunto como sobrecarga femuropatelar.
Quem está sujeito a isso?
Em tese, qualquer pessoa pode vir a desenvolver  esta condição, mas algumas profissões e atividades esportivas estão mais sujeitas. Dirigir muito, muito tempo sentado com joelhos flexionados, excesso de escadas são fatores relacionados.    
As mulheres parecem estar especialmente em risco de desenvolvê-la. O salto alto, que mantém  o joelho em constante desaceleração é um fator importante, mas estudos tem indicado um funcionamento diferente do joelho masculino.
Esportes que exigem constante desaceleração como a corrida, basquete, vôlei e tênis nossa abordagem levam freqüentemente a esta condição.  
Nossa abordagem 
Frente a um quadro de sobrecarga femuropatelar com ou sem o amolecimento cartilaginoso, somos a favor da investigação e compensação de pisadas anômalas, em especial, em pronadores, seguida da reabilitação com os seguintes objetivos:
1) analgesia
2) controle do inchaço ("agua no joelho")
3) alongamento muscular, em especial isquiotibiais, ou posteriores de coxa e rotadores do quadril
4) fortalecimento muscular, principalmente do quadríceps.      
Havendo alivio das dores, "entregamos" o paciente ao profissional de Educação Física para  dar continuidade ao trabalho de alongamento, fortalecimento e reequilíbrio muscular. Tudo isso, obviamente, sob contato continuo e harmonioso entre o educador físico e profissionais da saúde.
O período que se segue e de acompanhamento  medico e fisioterápico a fim de se evitar a recidiva da lesão.
Tratamento cirúrgico
Conforme mencionado acima, deixamos o tratamento cirúrgico para segundo plano. Mas, havendo falha do tratamento conservador, através da artroscopia do joelho, realizamos o desbridamento sinovial, regularização da cartilagem lesada e liberação (releases) de tecidos que dificultem o funcionamento da patela.
Fonte: Taktos Medicina Esportiva

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