Educação Física
10/08/2009
O custo da vitória a qualquer preço
O Grupo Rede é uma das principais empresas de energia do país. No ano passado, a empresa criou uma revolução no atletismo do país, ao criar o projeto mais ambicioso que a modalidade já tinha visto. Com investimento previsto de R$ 14 milhões, a Rede investiu na formação de um time de ponta no atletismo.
Construiu, com investimentos de R$ 7 milhões, o maior centro de treinamento do país, o único com pista reconhecida pela Iaaf, a federação internacional. Contratou atletas e técnicos de ponta, como Maurren Maggi, recém-medalhista de ouro em Pequim, e seu treinador, Nélio Moura. Foi atrás de médicos, fisiologistas, preparadores físicos.
Tamanho investimento está prestes a ser descontinuado, pelo menos no âmbito profissional. O doping de seis atletas patrocinados pelo Grupo Rede, que treinavam no CT de Bragança Paulista, foi um baque para Jorge Queiroz de Moraes Junior, presidente da empresa, ex-atleta e idealizador de todo o projeto.
Extremamente questionado pela estratégia agressiva de investimentos, o Grupo Rede já não vinha obtendo os resultados projetados. No Troféu Brasil deste ano, os atletas tiveram de amargar a derrota para o BM&F, maior concorrente e que foi o maior "prejudicado" pela entrada do rival no mercado, que contratou diversos atletas do mais antigo investidor privado do atletismo no país.
Agora, Moraes Junior pensa em abandonar o trabalho com os atletas de ponta e direcionar todo o projeto construído para a formação de novos atletas. O doping é um dos maiores problemas hoje para qualquer modalidade. Ele mancha todo e qualquer resultado obtido pelo atleta e, também, respinga as suspeitas para seus patrocinadores.
Para a imagem do Grupo Rede, o gerenciamento da crise foi bem feito. Quando o escândalo foi revelado, foi feita uma entrevista coletiva com o técnico Jayme Netto, que assumiu a responsabilidade pelo doping. Da mesma forma, o posicionamento de Moraes Junior ao falar com a imprensa foi importante para manter a credibilidade do projeto e mostrar que a empresa não teve influência no caso. Ou seja, deixou claro que não foi ela quem pediu para os atletas buscarem a vitória pelo doping.
O custo da vitória a qualquer preço é altíssimo. E que o exemplo desse caso sirva para os demais atletas, treinadores e patrocinadores perceberem que o doping, além de prejudicial à saúde, é "bom" apenas naquele instante da vitória. Depois disso, tudo se volta contra você.
por Erich Beting
Construiu, com investimentos de R$ 7 milhões, o maior centro de treinamento do país, o único com pista reconhecida pela Iaaf, a federação internacional. Contratou atletas e técnicos de ponta, como Maurren Maggi, recém-medalhista de ouro em Pequim, e seu treinador, Nélio Moura. Foi atrás de médicos, fisiologistas, preparadores físicos.
Tamanho investimento está prestes a ser descontinuado, pelo menos no âmbito profissional. O doping de seis atletas patrocinados pelo Grupo Rede, que treinavam no CT de Bragança Paulista, foi um baque para Jorge Queiroz de Moraes Junior, presidente da empresa, ex-atleta e idealizador de todo o projeto.
Extremamente questionado pela estratégia agressiva de investimentos, o Grupo Rede já não vinha obtendo os resultados projetados. No Troféu Brasil deste ano, os atletas tiveram de amargar a derrota para o BM&F, maior concorrente e que foi o maior "prejudicado" pela entrada do rival no mercado, que contratou diversos atletas do mais antigo investidor privado do atletismo no país.
Agora, Moraes Junior pensa em abandonar o trabalho com os atletas de ponta e direcionar todo o projeto construído para a formação de novos atletas. O doping é um dos maiores problemas hoje para qualquer modalidade. Ele mancha todo e qualquer resultado obtido pelo atleta e, também, respinga as suspeitas para seus patrocinadores.
Para a imagem do Grupo Rede, o gerenciamento da crise foi bem feito. Quando o escândalo foi revelado, foi feita uma entrevista coletiva com o técnico Jayme Netto, que assumiu a responsabilidade pelo doping. Da mesma forma, o posicionamento de Moraes Junior ao falar com a imprensa foi importante para manter a credibilidade do projeto e mostrar que a empresa não teve influência no caso. Ou seja, deixou claro que não foi ela quem pediu para os atletas buscarem a vitória pelo doping.
O custo da vitória a qualquer preço é altíssimo. E que o exemplo desse caso sirva para os demais atletas, treinadores e patrocinadores perceberem que o doping, além de prejudicial à saúde, é "bom" apenas naquele instante da vitória. Depois disso, tudo se volta contra você.
por Erich Beting
Fonte: Negócios do Esporte/Portal da Educação Física