Educação Física
02/05/2011
Escândalo das cotas raciais no futebol
Por Flávio Botelho, em colaboração para a RFI
O caso das cotas raciais no futebol francês provocou diferentes reações da comunidade esportiva da França. Lilian Thuram, recordista de convocações da Seleção Francesa (142), afirmou em entrevista ao canal de televisão TF1 estar escandalizado. "Ainda não temos provas, mas o que acontece atualmente mostra que estamos diante de um verdadeiro escândalo", disse o ex-jogador. O atual capitão dos Bleus, Alou Diarra, em entrevista ao "Canal +", defendeu Blanc ao afirmar que ele não é racista, mas sim "apenas um treinador frustrado, pois viu seu número de jogadores selecionáveis ser limitado".O caso começou na última quinta-feira com a divulgação pelo site “Mediapart” de dois artigos. Um deles transcreve a reunião do dia 8 de novembro de 2010 da alta cúpula da Federação Francesa de Futebol (FFF), que mostra alguns dirigentes discutindo a possibilidade de instaurar uma política de cotas raciais para negros e árabes nos centros de formação do país.
O técnico da seleção francesa, Laurent Blanc, que participou da reunião, tirou férias forçadas e vai para a Itália, segundo o diário esportivo "L'Équipe" desta segunda-feira. O atual presidente da FFF, Fernand Duchaussoy, também não compareceu a um evento em Bordeaux neste último domingo.
Os mais afetados pelo escândalo também se pronunciaram neste final de semana. François Blaquard, antes de ser suspenso por uma semana de seu cargo, argumentou que "o único problema é a questão da dupla nacionalidade". O presidente da FFF afirmou, durante entrevista a um programa de TV, que existe um complô contra os Bleus. "Talvez estejam querendo desestabilizar a seleção francesa", disse ele à "TF1". Uma análise do "L'Équipe"diz que o caso irá influenciar diretamente nas eleições para a presidência da FFF, marcadas para o dia 18 de junho.
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