Disciplina - Educação Física

Educação Física

14/05/2015

História do surfe no Brasil

Por Victor Costa - Jornal O Globo

De Osmar Gonçalves a Gabriel Medina, a história do surfe no Brasil é de longa data. O início foi em 1938, quando o paulista Osmar Gonçalves, em Santos, junto com um grupo de amigos, resolveu construir a primeira prancha de surfe que se tem registro no país. A prancha mais parecia um barco, com quase 4m de comprimento e cerca de 80kg, feita com base na revista americana “Popular Mechanics”. No litoral paulista, ele utilizava um remo para entrar nas ondas.

No Rio de Janeiro, os primeiros surfistas começam a aparecer nos anos 1950, na Praia de Copacabana. Eram jovens que usavam madeirite para descer as ondas. Aos poucos, o esporte foi atraindo cada vez mais adeptos. Paulo Preguiça, Jorge Paulo Lehman e Irencyr Beltrão estavam entre os que mais se destacavam. Até hoje, esse trio é lembrado pelo pioneirismo no surfe carioca. Por sinal, Lehman atualmente é bilionário e o homem mais rico do Brasil. Ele é um dos controladores da cervejaria Anheuser-Busch InBev e do fundo de participações 3G Capital, que, entre outros negócios, controla o Burger King, as Lojas Americanas e a Heinz.

A década de 1960 é uma verdadeira revolução. Saem as madeirites e as pranchas de fibra de vidro começam a chegar no país. Mais leves, elas davam mais velocidade ao surfista. É exatamente nessa época que surge a primeira celebridade do surfe brasileiro. Filho de italianos, Arduíno Colassanti, que faleceu em fevereiro de 2014, aos 78 anos, começou a se destacar nas ondas do Arpoador. Era um dos homens mais desejados do país, protagonizou filmes de sucesso e namorou algumas das atrizes mais badaladas da época.

O surfe começa a ficar mais profissional na década de 1970. O principal rosto desse período é Pedro Paulo Lopes, o Pepê. Ele vence o Waimea 5000, em 1977, nas ondas do Arpoador. Era uma espécie de etapa brasileira do Circuito Mundial que existia na época. Pepê, no entanto, já divulgava o nome do Brasil além das fronteiras tupiniquins. Em 1976, ele chegou à final do Pipe Masters, terminou em sexto, mas pegou a melhor onda do campeonato. Até o segundo lugar de Gabriel Medina agora, Pepê era o único brasileiro a ter disputado uma final do tradicional torneio havaiano.

Em 1980, o surfe passa a ficar mais sério, mas só em 1992 Fabio Gouveia e Flávio Padaratz começam a correr o Circuito Mundial. De lá para cá, o Brasil se transformou num dos países com maior número de surfistas no cenário internacional. Medina, inclusive, fez questão de citar Padaratz e Fabio após a conquista do título inédito de campeão mundial, aos 20 anos. Segundo o jovem paulista, ele nunca teria chegado ao topo se não tivessem existido surfistas para abrir a porta dos brasileiros no Circuito Mundial.


Este conteúdo foi acessado em 14/05/2015 no site do O Globo. Todas as informações nela contida são de responsabilidade do autor.
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