Disciplina - Educação Física

Educação Física

07/07/2008

Brincar sem brinquedos

O jogo, fundamental para o desenvolvimento das crianças

Um relatório publicado pela Academia Americana de Pediatria (AAP) destaca que o jogo permite às crianças expressar a criatividade e desenvolver a imaginação, a destreza manual e as atitudes físicas, cognitivas e emocionais, importantes para o desenvolvimento saudável do cérebro. Entre as virtudes do jogo destaca-se também que quando se juntam várias crianças elas aprendem a trabalhar em grupo, a compartilhar, negociar, solucionar conflitos e a defender pontos de vista. E quando têm a possibilidade de brincar com os pais, as crianças percebem que os adultos estão atentos, contribuindo para a construção de relações duradouras.

Nesse sentido, segundo um estudo do Colegio de Pedagogos de Cataluña, a brincadeira duplica a capacidade de concentração e de memória da criança, já que a aprendizagem se torna mais simples quando realizado esse tipo de atividade.

O brinquedo é portanto fundamental para o desenvolvimento das crianças, especialmente na primeira infância, e é recomendável a companhia dos pais. Como já comentado, quando os pequenos brincam aguçam os sentidos – o tato, a visão e a audição são básicos para eles –, agilizam o movimento dos pés e das mãos, e fortalecem a capacidade mental. Mas essa atividade não deve ser apenas mera diversão. O ideal é que atenda a dois objetivos: converter-se em um dos principais fios condutores do amor entre pais e filhos e, ao mesmo tempo, ter vocação educativa. Para que isso seja possível, pai e mãe devem aprender a brincar com as crianças.

Elizabeth Fodor, psicopedagoga especialista em jogos, e autora, com Montserrat Morán e Andrea Moleres, do livro Todo un mundo de sorpresas, assegura que "não importa a quantidade (de jogo) mas a qualidade".

 

A brincadeira em casa

Em geral, pais de crianças com quatro ou cinco anos não têm dificuldades para inventar brincadeiras. No entanto, as dificuldades surgem quando as crianças são bebês porque muitos pais têm a idéia preconcebida de que eles não se dão conta do que acontece ao seu redor. Mas na primeira infância, as crianças desejam ver coisas novas, escutar ruídos distintos, tocar objetos diferentes e, especialmente, sentir o amor do pai e da mãe por meio de gestos afetuosos e de palavras bonitas. Brincar é uma boa maneira de lhes demonstrar carinho e, ao mesmo tempo, para os pequenos, serve para despertar os sentidos e estimular destrezas básicas. "É preciso deixar a criança realizar uma atividade e motivá-la com muito amor, paciência e uma boa dose de alegria", insiste a psicopedagoga.

Por isso, aconselha-se aos pais que dediquem pelo menos meia hora diária para brincar com os filhos. Ainda que pareça pouco tempo, será suficiente se as atividades forem realizadas em condições adequadas, e se os adultos pensarem com antecedência e souberem estimular as crianças. Não se trata de brincar com rapidez, mas de fazê-lo bem. "Se o pai e a mãe estiverem mal-humorados ou estressados por conta do trabalho, será melhor não brincar com os pequenos porque eles percebem tudo e não vão se  concentrar", afirma Fodor. Somente em um ambiente adequado e com envolvimento as brincadeiras funcionam.

Portanto, os pais devem ter em mente que a brincadeira é uma atitude que permite aos adultos e às crianças a diversão com bolhas de sabão ou com pedras lançadas em um riacho. E assim, em sua educação:
Os pais devem fazer com que as crianças tenham seu próprio espaço, cuidando e fazendo com  que eles próprios descubram o tipo de brincadeira que mais lhes agrada.


É importante incorporar a brincadeira na rotina familiar, seja ajudando-nos com as compras, arrumando o quarto ou propondo como jogo o fato de colocar os brinquedos em uma caixa para ver quantos cabem.
Os especialistas recomendam aos pais dedicar pelo menos meia hora diária para brincar com os filhos. Embora pareça pouco tempo, será suficiente se as atividades forem realizadas em condições adequadas e pensadas com antecedência.

 

Algumas brincadeiras "de sempre"

As brincadeiras que divertiram a nossa geração e a de nossos pais são praticadas cada vez menos. Sob o lema "Conservemos para nossos netos as brincadeiras de nossos avós", o portal Juegos sin juguetes faz uma pequena homenagem a esse tipo de brincadeiras ao publicá-las na web, acompanhadas das habilidades trabalhadas em cada um delas.

 

A seguir, algumas dessas brincadeiras:

O que é, o que é?: De um grupo de pessoas, tiramos um jogador ao mesmo tempo em que colocamos outro no grupo. O jogador retirado volta ao grupo e tem de adivinhar quem foi o escolhido fazendo, no máximo, 10 perguntas, utilizando-se de adjetivos, como por exemplo: É alto? As respostas só poderão ser "sim" ou "não".


Pedra, papel ou tesoura: cada jogador esconde as mãos atrás das costas e faz uma composição com as mãos. Ao dizer "Pedra, papel ou tesoura", os jogadores mostram a mão. Pedra ganha da tesoura; tesoura ganha do papel, e papel ganha de pedra.


O telefone: os jogadores formam um círculo. Na brincadeira, o primeiro faz uma pergunta ao ouvido de quem estiver sentado à sua direita, que lhe responde, e assim sucessivamente até que todos os jogadores tenham participado.


Sombras chinesas: consiste em compor figuras com as mãos diante de uma lâmpada, projetando a sombra na parede de forma que sejamos capazes de imitar os movimentos do animal, ou o que quisermos.

Jogo da amarelinha: traça-se no chão um desenho riscado com giz (quadrados ou retângulos), numerados de 1 a 10. Tira-se na sorte quem vai começar. Cada jogador, então, joga uma pedrinha, inicialmente na casa de número 1, devendo acertá-la em seus limites. Em seguida pula, em um pé só nas casas isoladas e com os dois nas casas duplas, evitando a que contém a pedrinha.

Fonte:  educarede
Fonte imagem: banco de imagens
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